domingo, 24 de julho de 2011

[REFLEXÃO] Sobre a Experiência de Meditação

Abaixo uma reflexão muito interessante enviada por nosso amigo meditante de Porto Alegre, Roberto. Vamos refletir juntos?


REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA DE MEDITAÇÃO

Fiquei pensando outro dia, na relação entre o piloto de F1, Vettel e seu carro.

A equipe oferece uma máquina poderosa, super preparada para a competição em alta velocidade. Porém, sem piloto nada aconteceria. O jovem alemão desenvolveu a habilidade de conseguir o melhor de seu carro. Pilotando, comanda todo o mecanismo oferecido para este tipo de competição.

Vale relacionarmos o nosso Eu, invisível e sem qualquer mecanismo psicofísico identificável, apenas com a capacidade de dizer eu-sou, e o nosso ego, uma estrutura psicofisiológica de alta complexidade e eficiência.

Que seria de nós humanos, nesta vida, sem o nosso ego, sem nossas capacidades coordenadas pelo cérebro e a mente? Entretanto, de que vale todo o mecanismo que se desenvolve por longos anos, até a maturidade psicofisiológica, sem a liderança do Eu?

Somos todos testemunhas do que acontece, no dia a dia, quando somos liderados por nossa estrutura anatomofisiológica. Quando mantemos acesos os apetites, mesmo sem a necessidade do alimento. Quando enraivecidos, agredimos quem quer que seja por puro condicionamento.

A liderança do Eu necessita de treinamento, isto é, utilizarmos nossa vontade, nossa determinação de superar os condicionamentos. Precisamos revisar os desvios que se estabeleceram através de nossa educação e “subdesenvolvimento”. Precisamos, como Vettel, aprimorarmos a utilização dos mecanismos que dispomos, no sentido da vitória, da plenitude de vida.

Percebo na meditação, uma oportunidade para vencermos essa batalha, colocando nossa atenção na palavra oração, com forte vínculo com o coração, isto é, o profundo de nós mesmos, onde se encontra Jesus, Aquele que revela O Pai.

Meus períodos de meditação oferecem a ocasião de submeter meu ego, e toda sua autonomia (por exemplo, a fluência mental, os muitos pensamentos) à determinação do Eu de encontrar-se com Deus.

Da mesma forma, no dia a dia, o meu viver vai se transformando cada vez mais. Nos períodos de meditação, onde o que vale não é o que eu penso, mas as diversas entregas, por uma determinação da graça de ser Eu mesmo e não o ego que manda. Mantendo-me fiel à prática diária de meditar duas vezes, e fiel ao mantra. A confiança de que o Pai está junto, ainda que sem possuí-lo em meu pensar e sentir (pois não há imagens ou conceitos sobre Ele).

Obrigado, Senhor, por esta oportunidade, esta graça em minha vida que é a oração do coração, o meditar.

Roberto Kindlein Corrêa, meditante de Porto Alegre/RS

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